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PARA DERROTAR AS IGNOMÍNIAS

Idealmente, todos deveriam ter algo a fazer e a dizer sobre a política e sobre a actividade politica.

A política é obra de todos nós. É a luta de classes.

A actividade politica é a tradução, pelos titulares dos três poderes, dessa luta de classes, com interpretações e assunções consoante o posicionamento nessa luta de classes.  



AINDA SOBRE AS ELEIÇÕES


É legítimo, democrático e constitucional que a coligação governe?

i)A PaF ganhou as eleições.

Mentira. A PaF, coligação de direita radical que se opunha política e eleitoralmente ao PS, à CDU e ao BE, teve menos votos que todos os outros que combateu na campanha eleitoral;

ii)A maioria dos portugueses deu apoio à PaF e prefere a continuação deste Governo e destas políticas

Mentira. Só votaram na PaF 22% dos portugueses inscritos para votar

iii) as eleições foram livres, democráticas e justas

Mentira. Que justeza e democracia existe quando uma das partes, em detrimento de todas as outras:

• tem acesso ilimitado a todos os canais de televisão, jornais, etc;
• dispõem dos comentadores e quejandos dos OCS, que se portam como putas para todo o serviço dizendo o que lhes dizem para dizer;
• se serve do aparelho de estado e dos seus lugares no governo para tomarem medidas obviamente eleitoralistas e manipularem dados da situação económica do país;
• tem as instituições internacionais, designadamente UE, a mandarem recados e a intervirem descaradamente na politica interna a favor dos seus desígnios;
• dispõem de um presidente da república já meio demente, que é um mero serventuário do PPD/CDS, emporcalhando o cargo que ocupa .

Mesmo com todo este arsenal, apenas 22% dos portugueses que se podiam expressar eleitoralmente, lhes deram o voto. Se tivermos em conta o analfabetismo politico, o desinteresse típico do tuga, a predisposição para não exercer os seus direitos e deveres de cidadania, que o principal partido da oposição não inspira confiança, os números eleitorais compreendem-se muito bem.

Afinal foi a comunicação social quem ganhou as eleições e persistem agora em determinar quem vai governar o país. Que javardice!

O fenómeno BE/Catarina Martins

Não podemos ignorar que interessava à direita que o BE tivesse esta retumbante vitória. Isto sem provocações e sem menosprezo das grandes qualidades de comunicação reveladas pelas gentes do Bloco.

A verdade é que quanto mais votos tivesse o BE menos teria a CDU (e o PS).

É claro para todos que os votos entregues ao BE apenas são uteis e importantes no Parlamento, o que já não é pouco, diga-se.

Mas o BE não tem implantação real nas massas. É um partido de elites e de personalidades. Tem uma escassa influência sindical (nos sindicatos operários e de serviços) quando comparado com o PCP.
Não tem autarquias. Não está nas fábricas, nas oficinas, nas colectividades. Ora isto faz toda a diferença nas lutas e nas acções de massas que decerto aí vêm.

Daí que reafirme: para a direita e para o capital, é preferível os votos estarem no BE do que no PCP. É óbvio.

E só assim se compreende toda a dedicação, elogios, apoio e tempo de antena que o BE/Catarina Martins/irmãs Mortágua dispuseram. E claro, tudo isto foi aceite conscientemente não se podendo criticar o BE dessa aceitação.

Mas que não se iluda o Bloco: todos estes votos são flutuantes. Já aconteceu o mesmo em anteriores eleições e posteriormente o BE caiu de novo para metade dos deputados.

A derrota do PS

O PS foi o verdadeiro perdedor destas eleições legislativas de 2015. Os resultados obtidos vão ter um enorme impacto no interior do PS e na situação do país e dos trabalhadores.

Ao PS está colocado com mais dramatismo que nunca o velho dilema: ou segue a tradição de trair a esquerda, trair a esperança legítima dos portugueses que desejam viver com dignidade, ou, finalmente, procura entendimentos à esquerda e adopta um programa de governo compatível com esses entendimentos.

Não se sabe se por cobardia ou se para salvar a pele, a verdade é que logo na noite eleitoral António Costa quis entregar-se nas mãos daqueles que nos chupam até ao tutano e que o mesmo António Costa horas antes jurava que nunca apoiaria nem viabilizaria. Imagina-se os telefonemas oriundos do lado de lá da fronteira, e do lado de cá, que foram recebidos nos andares cimeiros do quartel-general da candidatura do PS…

Para adoçar a entrega, invoca-se o costume: a governabilidade, a estabilidade, a responsabilidade, etc e tal.

Mas mesmo assim, não é garantido que Costa tenha salvado a pele.

O sector direitista do PS vai querer sangue.

E já estão a demonstrá-lo: para já, conseguiram retirar o apoio do PS a um candidato à presidência da república de que sabem ter simpatias com a esquerda e apoiar uma candidata sem perfil e sem hipóteses de congregar apoios das outras formações da esquerda.

Isto é, preferem oferecer a presidência à direita destronando o candidato António Sampaio da Nóvoa. (a fórmula “não apoiar ninguém à primeira volta” é uma vigarice politica, porque Maria de Belém, estando dentro do partido, naturalmente beneficiará automaticamente desses apoios)

A fase seguinte é elegerem outro secretário-geral se este não servir os seus intentos ( Álvaro Beleza e outros já o disseram), que são: alcançarem um presidente da república da direita, um governo do bloco central com políticas de direita e uma maioria parlamentar do grande centrão.

Ou seja, a mais vil e completa traição aos portugueses que vivem dos rendimentos do trabalho e das pensões, muitos deles votantes do PS (que se deviam organizar e não permitir estes desmandos a esta gente).

Tudo isto vai ainda ser agravado tendo em conta as previsões de fraco crescimento económico que se vai verificar na Europa e em Portugal, com todas as consequências sociais e politicas que daí advém.

É neste quadro complexo que se vai desenvolver a luta dos próximos tempos.

O papel do PCP

O PCP tem estado sempre presente na direcção dessas lutas, mas a conversão dessa postura não se tem traduzido no aumento significativo da sua influência parlamentar.

Talvez também o PCP deva passar por algumas mudanças sempre difíceis e discutir a sério a sua organização interna, a sua liderança, os seus métodos de actuação, a formação dos seus quadros dirigentes, as suas relações internacionais, os seus paradigmas, sendo que o mais pernicioso é actuar-se como se o Partido fosse um fim e não um meio.

Tudo em causa menos a sua ideologia marxista-leninista. É isso que lhe dá autenticidade e confiabilidade. É isso que o torna um partido ainda não contaminado. Mas é preciso agir.

VAMOS DAR O OURO AOS BANDIDOS


A História constitui um rico filão de soluções para o Futuro.

Os grandes acontecimentos verificados em Portugal desde finais do século XIX até a actualidade, demonstram que a Esquerda, nas suas várias matizes, teve grandes responsabilidades nas trágicas derrotas das classes exploradas:

Lembremo-nos das posições da Esquerda de então sobre a entrada na Primeira Grande Guerra, a guerra dos velhos Impérios.

Lembremo-nos das posições dúbias de certa Esquerda no derrube da Monarquia e implantação da República

Lembremo-nos do que foi a intensa luta do operariado e da pequena burguesia da cidade e dos campos durante a 1ª Republica e das intrigas e traições de algumas correntes republicanas, que se reivindicavam da Esquerda, que culminaram com o surgimento do fascismo.

Lembremo-nos dos grandes conflitos do seculo XX: A Segunda Guerra Mundial e o decisivo contributo do Exercito Vermelho na derrota do nazismo, a Guerra de Espanha dos horrores do fascismo/nazismo. Também aqui a Esquerda se dividiu e em acontecimentos de tal grandeza, ocuparam trincheiras diferentes.

Lembremo-nos das posições de alguns grupos e personalidades de Esquerda e das divisões cavadas que têm a sua responsabilidade histórica no atraso da derrota do fascismo.

Lembremo-nos – foi há tão pouco tempo! – do papel pernicioso de certas forças que se arrumam à

Esquerda na tremenda luta de classes ocorrida nos últimos 40 anos da nossa vida, culminando com a acção devastadora dos legítimos direitos e interesses de quem vive dos rendimentos do trabalho ou de pensões pelo actual governo de Passos e Portas.

No próximo domingo dia 4 de Outubro de 2015 veremos se será mais uma daquelas datas que, como as anteriores, ficarão gravadas na nossa triste memória ou se pelo contrário, será uma alvorada para de um tempo novo, verdadeiramente democrático, com um GOVERNO DAS ESQUERDAS, para a implementação de POLITICAS DAS ESQUERDAS, composto por HOMENS E MULHERES DAS ESQUERDAS.

Bem pode vir o PS argumentar que o PCP e o BE são contra o Tratado Orçamental, contra a nossa permanência no Euro e na UE, contra a Nato, que exigem uma reestruturação radical da dívida pública externa e correcções imediatas e integrais das malfeitorias do governo fantoche PSD/CDS, etc.

Bem podem o PCP e o BE virem argumentar em sentido contrário afirmando que o PS sempre preferiu governar à direita, que no fundamental não se distingue da coligação da direita radical PaF, que foi o PS que com os seus PEC´s mais prejudicou o Trabalho favorecendo o Capital, etc.

É um imperativo patriótico travar-se o avanço da besta capitalista neoliberal, destruidora das nossas vidas.

O Povo, os trabalhadores, os pensionistas e aposentados, os pequenos e médios empresários, os jovens, os que emigraram, todos os desempregados assim o exigem!

Será alta traição de quem quer que seja não viabilizar esta solução governativa, mesmo que possam invocar reais e importantes obstáculos.

Têm a estrita obrigação de os ultrapassar!

É que tal solução é a ÚNICA que pode de facto salvar este pobre país das garras da vampiragem.

Como está provado ao longo dos últimos 40 anos.

A Esquerda vencerá!